terça-feira, 31 de agosto de 2010

A Ignorância do Futuro



De que forma as mudanças climáticas que têm ocorrido no mundo e,
especificamente no Brasil, estão criando novas formas de relacionamento e compreensão da realidade. Através de dados e estudos científicos, Washington Novaes apresenta um painel detalhado de como estamos mudando as formas de exploração dos recursos naturais e de como essas mudanças precisam ser pensadas de forma estratégica por todos os países do mundo. Para o jornalista, o futuro promete transformações, mas ainda é impossível de dizer se elas serão na sua maioria, para melhor ou para pior. A ignorância é o freio da perfeição: o homem tem as ferramentas, porém não sabe usa-las. É ignorância.
 
O homem tem dois olhos e uma mente. Vê o irrelevante e só pensa no que vê. É ignorância. O homem tem uma cabeça e um coração. Quando usa o coração, esquece de ser lógico. Quando usa a cabeça, não existe. Não usa a cabeça. É ignorância. O homem tem dois braços e duas pernas. Quando usa os braços, não sai do lugar. Quando usa as pernas, não encontra satisfação. É ignorância. O homem tem o melhor: o cérebro. O homem usa o pior: a comodidade. É ignorância. O homem erra no presente, sabendo que um dia esse presente se tornará seu mau futuro. É ignorância. O homem se mata, não quer morrer, mas faz coisas que sabe que o matam. É ignorância. O homem mata outro homem simplemente porque o outro é diferente; sabe que isso não mudará sua vida, sabe até que seria melhor se não o fizesse, se se preocupasse consigo mesmo. É ignorância. O homem sabe que pode sofrer no presente, para ser melhor no futuro, e que o presente já é futuro agora, mas prefere mordomia no presente que agora é passado, não vivendo então o futuro que poderia ter. É ignorância. Se arrepende, mas faz igual, pelo mesmo motivo de antes, sabendo que se arrependerá depois. É ignorância. O homem sabe que é ignorante, e que pode mudar. Não muda. É ignorância. A ignorância é o freio da perfeição. Sem ela, o homem é o homem. Com ela, o homem é um dos homens. Um ignorante. Quanto mais ignorante, maior certeza o homem tem sobre as suas convicções; ele pouco reflete, não sofre com a angustia da duvida, não indaga sobre a origem das suas idéias e não sabe que praticamente tudo em que acredita provém de algum líder político, cientista, pensador ou religioso que já morreu. Um esclarecimento necessário: quando falo em “ignorância” não me refiro à falta de títulos e diplomas; estes não garantem a ninguém a entrada no clube dos sábios. Refiro-me a uma mente fechada e autoritária, na qual não entram idéias novas nem a espaço para duvidas e questionamentos. Há homens simples, sem diplomas, que demonstram grande sabedoria de vida; e há homens cheios de títulos acadêmicos que trazem a ignorância entranhada na sua personalidade.

Aquecimento global



O aquecimento global é uma consequência das alterações climáticas ocorridasno planeta. Diversas pesquisas confirmam o aumento da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança do Clima (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), o século XX foi o mais quente dos últimos cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3°C e 0,6°C. Esse aumento pode parecer insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região e afetar profundamente a biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais. As causas do aquecimento global são muito pesquisadas. Existe uma parcela da comunidade científica que atribui esse fenômeno como um processo natural, afirmando que o planeta Terra está numa fase de transição natural, um processo longo e dinâmico, saindo da era glacial para a interglacial, sendo o aumento da temperatura consequência desse fenômeno.

No entanto, as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas às atividades humanas, que intensificam o efeito de estufa através do aumento na queima de gases de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. A queima dessas substâncias produz gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que retêm o calor proveniente das radiações solares, como se funcionassem como o vidro de uma estufa de plantas, esse processo causa o aumento da temperatura. Outros fatores que contribuem de forma significativa para as alterações climáticas são os desmatamentos e a constante impermeabilização do solo. O degelo é outra consequência do aquecimento global, segundo especialistas, a região do oceano Ártico é a mais afetada. Nos últimos anos, a camada de gelo desse oceano se tornou 40% mais fina e sua área sofreu redução de aproximadamente 15%. As principais cordilheiras do mundo também estão perdendo massa de gelo e neve. As geleiras dos Alpes recuaram cerca de 40%, e, conforme artigo da revista britânica Science, a capa de neve que cobre o monte Kilimanjaro, na Tanzânia, pode desaparecer nas próximas décadas. Em busca de alternativas para minimizar o aquecimento global, 162 países assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997. Conforme o documento, as nações desenvolvidas se comprometem a reduzir sua emissão de gases que provocam o efeito de estufa, em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta tem que ser cumprida entre os anos de 2008 e 2012. Porém, vários países não fizeram nenhum esforço para que a meta seja atingida,o principal é os Estados Unidos. Atualmente os principais emissores dos gases do efeito de estufa são respectivamente: China, Estados Unidos, Rússia, Índia, Brasil, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Coreia do Sul. Muitos têm alertado a respeito do alto cu sto do aquecimento global para a humanidade. Os jornais e os noticiários de TV estão cheios de previsões tenebrosas sobre o colapso da economia mundial: milhões morrerão ou serão desalojados em virtude de secas, fomes e inundações, enquanto Londres, Nova York e Tóquio, juntamente com outras cidades litorâneas, A respeito desse panorama há diversas possibilidades. As principais são:

1. O aquecimento global é real e causado pela atividade humana (queima de combustíveis fósseis – carvão, petróleo e gás, queima das florestas tropicais, etc.). Por isso, os governos devem tomar medidas urgentes para salvar o mundo da catástrofe.

2. O aquecimento global é real mas não se tem certeza sobre as causas. Pode tratar-se de atividade solar e parte de um ciclo de aquecimento e esfriamento das temperaturas na Terra. Nesse caso, não há nada que os governos possam fazer a respeito.

3. O aquecimento global é um engano usado por aqueles que querem implantar um governo mundial. Eles estão tentando amedrontar as pessoas para que se submetam aos seus planos.

Protocolo de Kyoto





Esse Protocolo tem como objetivo firmar acordos e discussões internacionais
para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases, principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em pleno desenvolvimento. Diante da efetivação do Protocolo de Kyoto, metas de redução de gases foram implantadas, algo em torno de 5,2% entre os anos de 2008 e 2012. O Protocolo de Kyoto foi implantado de forma efetiva em 1997, na cidade japonesa de Kyoto, nome que deu origem ao protocolo. Na reunião, oitenta e quatro países se dispuseram a aderir ao protocolo e o assinaram,
dessa forma se comprometeram a implantar medidas com intuito de diminuir a emissão de gases. As metas de redução de gases não são homogêneas a todos os países, colocando níveis diferenciados de redução para os 38 países que mais emitem gases, o protocolo prevê ainda a diminuição da emissão de gases dos países que compõe a União Européia em 8%, já os Estados Unidos em 7% e Japão em 6%. Países em franco desenvolvimento como Brasil, México, Argentina, Índia e principalmente a China, não receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente. O Protocolo de Kyoto não apenas discute e implanta medidas de redução de gases, mas também incentiva e estabelece medidas com intuito de substituir produtos oriundos do petróleo por outros que provocam menos impacto. Diante das metas estabelecidas o maior emissor de gases do mundo, Estados Unidos, se desligou em 2001 do protocolo, alegando que a redução iria comprometer o desenvolvimento econômico do país. Em 1988, ocorreu na cidade canadense de Toronto a primeira reunião com líderes de países e classe científica para discutir sobre as mudanças climáticas, na reunião foi dito que as mudanças climáticas têm impacto superado somente por uma guerra nuclear. A partir dessa data foram sucessivos anos com elevadas temperaturas, jamais atingidas desde que iniciou o registro. Em 1990, surgiu o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), primeiro mecanismo de caráter científico, tendo como intenção alertar o mundo sobre o aquecimento do planeta, além disso, ficou constatado que alterações climáticas são principalmente provocadas por CO2 (dióxido de carbono) emitidos pela queima de combustíveis fósseis. Em 1992, as discussões foram realizadas na Eco-92, que contou com a participação de mais de 160 líderes de Estado que assinaram a Convenção Marco Sobre Mudanças Climáticas. Na reunião, metas para que os países industrializados permanecessem no ano de 2000 com os mesmos índices de emissão do ano de 1990 foram estabelecidas. Nesse contexto as discussões levaram à conclusão de que todos os países, independentemente de seu tamanho, devem ter sua responsabilidade de conservação e preservação das condições climáticas. Em 1995, foi divulgado o segundo informe do IPCC declarando que as mudanças climáticas já davam sinais claros, isso proveniente das ações antrópicas sobre o clima. As declarações atingiram diretamente os grupos de atividades petrolíferas, esses rebateram a classe científica alegando que eles estavam precipitados e que não havia motivo para maiores preocupações nessa questão. No ano de 1997, foi assinado na cidade japonesa o Protocolo de Kyoto, essa convenção serviu para firmar o compromisso, por parte dos países do norte (desenvolvidos), em reduzir a emissão de gases. No entanto, não são concretos os meios pelos quais serão colocadas em prática as medidas de redução e se realmente todos envolvidos irão aderir. Em 2004 ocorreu uma reunião na Argentina que fez aumentar a pressão para que se estabelecessem metas de redução na emissão de gases por parte dos países em desenvolvimento até 2012. O ano que marcou o início efetivo do Protocolo de Kyoto foi 2005, vigorando a partir do mês de fevereiro. 


Com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, cresceu a possibilidade do carbono se tornar moeda de troca. O mercado de créditos de carbono pode aumentar muito, pois países que assinaram o Protocolo podem comprar e vender Na verdade o comércio de carbono já existe há algum tempo, a bolsa de Chicago, por exemplo, já negociava os créditos de
carbono ao valor de 1,8 dólares por tonelada, já os programas com consentimento do Protocolo de Kyoto conseguem comercializar carbono com valores de 5 a 6 dólares a tonelada.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

MEIO AMBIENTE: O QUE É?

Sob a óptica do senso comum, pode-se perceber a superficialidade do que se entende acerca de meio ambiente. Para uma grande maioria, meio ambiente é um conjunto de elementos da natureza que envolve os seres vivos. Ao contrário do que se pensa meio ambiente deve ser entendido como o meio no qual o ser humano está inserido, com suas respectivas interações, harmônicas ou não. É algo que está presente desde o início dos tempos e que se estende até os nossos dias. Inicialmente, o homem interferia de forma não significativa em seu bioma; com o passar dos tempos, começou a perceber que podia alterar a paisagem ao seu redor. Um processo paulatino, que tomou forma quando o homem deixou a sede de poder e a ambição tomarem conta de si. O ser humano, em muitos momentos, não faz idéia do seu poder modificador, seja por ignorância, seja por descaso. As transformações que ele realiza na natureza e também em seu ambiente podem ser de proporções catastróficas. 



Tal descaso com o meio ambiente provavelmente teve início com o paradigma cartesiano, o qual afirmava que há uma separação entre corpo e mente. O homem era tratado como uma simples máquina de pensar, não tendo conexão alguma com seu corpo, considerado sede do erro e da dúvida. Sendo o homem apenas mente, nada que tivesse a ver com os sentidos importaria, inclusive o cuidado consigo mesmo e com o próximo. Daí o modelo dualista, desigual e predatório da atual sociedade; não existe mais sensibilidade nas relações humanas e não há respeito pelo próximo. Engana-se quem acredita que os problemas do meio ambiente se resumem às queimadas, ao desmatamento ou à poluição. É sabido que esses são problemas reais e que merecem toda atenção, mas limitar a crise ambiental pela qual passa o planeta a questões de âmbito bio-ecológico é pura ingenuidade. Lê-se na Carta da Terra que a violência, a corrupção, a desigualdade social e acima de tudo a miséria são grandes responsáveis pelo conflito natural na sociedade. No mesmo documento, fica claro que, apenas quando as necessidades básicas do ser humano forem atendidas é que pode-se estabelecer um equilíbrio entre natureza e sociedade. Como diz um famoso antropólogo, “é impossível falar de meio ambiente sem levar em conta a questão dos excluídos”. Percebe-se a necessidade de minimizar o impacto do capitalismo, pois o mesmo provoca uma alteração no equilíbrio vital do planeta, favorecendo a injustiça social e a pobreza com a destruição em nome do dinheiro. Todos os seres se constituem numa mesma comunidade de vida e o homem, como ser coletivo, deve somar forças com os demais e fazer sua parte na formação da conscientização ecológica da humanidade, a começar de si mesmo. Como solução para a crise ambiental, criou-se o conceito de Desenvolvimento Sustentável, que visa assegurar a gestão responsável dos recursos naturais do planeta. Isso significa poupar água, utilizar produtos biodegradáveis, realizar coleta seletiva do lixo e consumir o necessário, para evitar o desperdício e o acúmulo de lixo. Entretanto, só isso não é suficiente. Não basta que os cidadãos comuns se mobilizem contra a poluição de rio X, ou pratiquem a coleta seletiva do lixo ou mesmo que façam dezenas de campanhas que sejam veiculadas nos meios de comunicação. 


Sem a presença e a atuação dos governantes, nada pode ser efetivado. Leis precisam ser criadas, outras respeitadas e certas burocracias precisam ser deixadas de lado. A comunidade sozinha não pode fazer quase nada sem o apoio do governo. Fica claro até o momento que falar de meio ambiente envolve muito mais questões políticas e socioeconômicas do que se imagina. É preciso parar para refletir que tipo de mundo se está deixando para as futuras gerações. A ação que se realiza hoje em benefício próprio afetará de algum jeito outra pessoa em outro lugar que bem pode ser distante. Como diz a Teoria do Caos “Algo como o simples bater de asas de uma borboleta pode provocar um tufão do outro lado do mundo”. Um exemplo disto são as represas, que embora pareçam ter um objetivo politicamente correto, terminam por modificar a paisagem ao redor, alterar o curso de rios e interromper a desova de muitas espécies de peixes. Com isso, a subsistência de moradores da região fica prejudicada pela (in) consciência de certas empresas. Como se não bastasse, as mesmas empresas que poluem criam projetos de preservação ecológica como meios de compensar os estragos feitos. Tais corporações acabam por posar de ecologicamente responsáveis, quando na verdade tiram proveito da isenção de certos impostos que lhe são concedidos graças a sua suposta boa ação. A ilusão de que os recursos renováveis serão renováveis para sempre leva o homem a abusar da exploração dos mesmos, depredando e devastando áreas equivalentes a campos de futebol, dizimando espécies e provocando catástrofes naturais, como tsunamis, desabamentos e inundações. Pena que o homem ainda pense que é um ser exterior ao meio ambiente e que nada tem a ver com isso.

NOÇÕES BÁSICAS DE ECOLOGIA

O termo "ecologia" (do grego oikos, casa, e logos, ciência) foi originalmente empregado em 1866, pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel (1834-1919).
No final do século XIX e início do século XX foram publicados diversos trabalhos tratando das relações entre seres vivos e o ambiente.
Apenas a partir de 1930, porém, o estudo da Ecologia ganhou um espaço independente dentro da Biologia.
Hoje os danos ambientais causados pelo aumento da população humana, pela escassez de recursos naturais e pela poluição ambiental fazem com que a Ecologia seja um dos mais importantes ramos da ciência atual.
A Ecologia é muito abrangente, envolvendo diversos ramos do conhecimento. Além da Biologia, da Física e da Química, também as Ciências Econômicas e Sociais têm de ser integradas, para que se possa entender a incrível complexidade das relações existentes entre o homem, os seres vivos e o planeta.

Cerca de 1 milhão de anos após ter se formado, a Terra ainda era um globo rochoso e quente, com alguma água acumulada na superfície. Sua atmosfera era provavelmente constituída por metano, amônia, gás hidrogênio e vapor de água, entre outros compostos.
À medida que o planeta foi se esfriando, acumulou-se água nas depressões da crosta, e assim se originaram os primeiros lagos e mares da Terra. O intenso bombardeamento por radiações provenientes do Sol teria ocasionado alterações químicas e físicas nos componentes da atmosfera e da crosta terrestre, e, nesse cenário, a vida surgiu, há cerca de 3,5 milhões de anos.
Com o aparecimento dos seres vivos, uma nova entidade passou a fazer parte da constituição da Terra: além da litosfera (constituída pelas rochas e pelo solo), da hidrosfera (constituída pelas águas) e da atmosfera (constituída pelo ar), passou a existir a biosfera, representada pelos seres vivos e pelo ambiente em que vivem.
O conceito de biosfera: é o conjunto de regiões da Terra onde existe vida ou é o conjunto formado por todos os ecossistemas da Terra. Constitui a porção do planeta habitada por seres vivos.
O termo "biosfera" foi introduzido em 1875 pelo geólogo austríaco Eduard Suess (1831-1914), durante uma discussão sobre os vários envoltórios da Terra. Em 1926 e 1929, o mineralogista russo Vladimir Vernandsky (1863-1945) consagrou definitivamente o termo.
A espessura da biosfera é um tanto irregular, devido ao fato de haver locais onde a vida é escassa ou mesmo inexistente.
Por exemplo, em mares, lagos, florestas, pântanos e campos a vida é abundante e variada. Há, porém, áreas tão secas ou tão frias que dificultam, ou até impedem, o desenvolvimento da maioria dos seres vivos. É o caso das regiões quentes e desertas localizadas na faixa equatorial e das regiões geladas situadas junto aos pólos, onde poucas espécies conseguem viver.
A maioria dos seres terrestres vive em regiões situadas até 5 mil metros acima do nível do mar. Entretanto, no Monte Everest, foi encontrada uma aranha vivendo a quase 7 mil metros de altitude, e já se observou aves migradoras voando a 8,8 mil metros de altitude.
No mar, a maioria dos seres vivos habita a faixa que vai da superfície até 150 metros de profundidade, embora algumas espécies de animais e de bactérias vivam a mais de 9 mil metros de profundidade.
De acordo com essas considerações, a biosfera teria espessura máxima de aproximadamente 17 ou 18 Km, formando uma película finíssima quando comparada aos que 13.000 Km de diâmetro da Terra. Se o planeta fosse comparado a uma laranja, a biosfera não passaria de um fino papel de seda sobre sua superfície.
 

Saga da Amazônia (Vital Farias)

Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta
mata verde, céu azul, a mais imensa floresta
no fundo d'água as Iaras, caboclo lendas e mágoas
e os rios puxando as águas

Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores
os peixes singrando os rios, curumins cheios de amores
sorria o jurupari, uirapuru, seu porvir
era: fauna, flora, frutos e flores

Toda mata tem caipora para a mata vigiar
veio caipora de fora para a mata definhar
e trouxe dragão-de-ferro, prá comer muita madeira
e trouxe em estilo gigante, prá acabar com a capoeira

Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar
prá o dragão cortar madeira e toda mata derrubar:
se a floresta meu amigo, tivesse pé prá andar
eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá

O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar
e o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar?
depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar
igarapé, rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar

Mas o dragão continua a floresta devorar
e quem habita essa mata, prá onde vai se mudar???
corre índio, seringueiro, preguiça, tamanduá
tartaruga: pé ligeiro, corre-corre tribo dos Kamaiura

No lugar que havia mata, hoje há perseguição
grileiro mata posseiro só prá lhe roubar seu chão
castanheiro, seringueiro já viraram até peão
afora os que já morreram como ave-de-arribação
Zé de Nata tá de prova, naquele lugar tem cova
gente enterrada no chão:

Pos mataram índio que matou grileiro que matou posseiro
disse um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro
roubou seu lugar

Foi então que um violeiro chegando na região
ficou tão penalizado que escreveu essa canção
e talvez, desesperado com tanta devastação
pegou a primeira estrada, sem rumo, sem direção
com os olhos cheios de água, sumiu levando essa mágoa
dentro do seu coração

Aqui termina essa história para gente de valor
prá gente que tem memória, muita crença, muito amor
prá defender o que ainda resta, sem rodeio, sem aresta
era uma vez uma floresta na Linha do Equador...


Escute a musica copiando o link abaixo

CAATINGA

A caatinga é uma formação vegetal que podemos encontrar na região do semi-árido nordestino. Está presente também nas regiões extremo norte de Minas Gerais e sul dos estados do Maranhão e Piauí.

é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. A caatinga ocupa uma área de cerca de 734.478 km², cerca de 11% do território nacional englobando de forma contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do Norte de Minas Gerais (Sudeste do Brasil).

Apresenta vegetação típica de regiões semi-áridas com perda de folhagem pela vegetação durante a estação seca. Anteriormente acreditava-se que a caatinga seria o resultado da degradação de formações vegetais mais exuberantes, como a Mata Atlântica ou a Floresta Amazônica. Essa crença sempre levou à falsa idéia de que o bioma seria homogêneo, com biota pobre em espécies e em endemismos, estando pouco alterada ou ameaçada, desde o início da colonização do Brasil, tratamento este que tem permitido a degradação do meio ambiente e a extinção em âmbito local de várias espécies, principalmente de grandes mamíferos, cujo registro em muitos casos restringe-se atualmente à associação com a denominação das localidades onde existiram. Entretanto, estudos e compilações de dados mais recentes apontam a caatinga como rica em biodiversidade e endemismos, e bastante heterogênea. Muitas áreas que eram consideradas como primárias são, na verdade, o produto de interação entre o homem nordestino e o seu ambiente, fruto de uma exploração que se estende desde o século XVI.

A vegetação da caatinga é adaptada às condições de aridez (xerófila). Quanto à flora, foram registradas até o momento cerca de 1000 espécies, estimando-se que haja um total de 2000 a 3000 plantas. Com relação à fauna, esta é depauperada, com baixas densidades de indivíduos e poucas espécies endêmicas. Apesar da pequena densidade e do pouco endemismo, já foram identificadas 17 espécies de anfíbios, 44 de répteis, 695 de aves e 120 de mamíferos, num total de 876 espécies animais, pouco se conhecendo em relação aos invertebrados. Descrições de novas espécies vêm sendo registradas, indicando um conhecimento botânico e zoológico bastante precário deste ecossistema, que segundo os pesquisadores é considerado o menos conhecido e estudado dos ecossistemas brasileiros.


Além da importância biológica, a caatinga apresenta um potencial econômico ainda pouco valorizado. Em termos forrageiros, apresenta espécies como o pau-ferro, a catingueira verdadeira, a catingueira rasteira, a canafístula, o mororó e o juazeiro que poderiam ser utilizadas como opção alimentar para caprinos, ovinos, bovinos e muares. Entre as de potencialidade frutífera, destacam-se o umbú, o araticum, o jatobá, o murici e o licuri e, entre as espécies medicinais, encontram-se a aroeira, a braúna, o quatro-patacas, o pinhão, o velame, o marmeleiro, o angico, o sabiá, o jericó, entre outras.