De que forma as mudanças climáticas que têm ocorrido no mundo e,
especificamente no Brasil, estão criando novas formas de relacionamento e compreensão da realidade. Através de dados e estudos científicos, Washington Novaes apresenta um painel detalhado de como estamos mudando as formas de exploração dos recursos naturais e de como essas mudanças precisam ser pensadas de forma estratégica por todos os países do mundo. Para o jornalista, o futuro promete transformações, mas ainda é impossível de dizer se elas serão na sua maioria, para melhor ou para pior. A ignorância é o freio da perfeição: o homem tem as ferramentas, porém não sabe usa-las. É ignorância.
O homem tem dois olhos e uma mente. Vê o irrelevante e só pensa no que vê. É ignorância. O homem tem uma cabeça e um coração. Quando usa o coração, esquece de ser lógico. Quando usa a cabeça, não existe. Não usa a cabeça. É ignorância. O homem tem dois braços e duas pernas. Quando usa os braços, não sai do lugar. Quando usa as pernas, não encontra satisfação. É ignorância. O homem tem o melhor: o cérebro. O homem usa o pior: a comodidade. É ignorância. O homem erra no presente, sabendo que um dia esse presente se tornará seu mau futuro. É ignorância. O homem se mata, não quer morrer, mas faz coisas que sabe que o matam. É ignorância. O homem mata outro homem simplemente porque o outro é diferente; sabe que isso não mudará sua vida, sabe até que seria melhor se não o fizesse, se se preocupasse consigo mesmo. É ignorância. O homem sabe que pode sofrer no presente, para ser melhor no futuro, e que o presente já é futuro agora, mas prefere mordomia no presente que agora é passado, não vivendo então o futuro que poderia ter. É ignorância. Se arrepende, mas faz igual, pelo mesmo motivo de antes, sabendo que se arrependerá depois. É ignorância. O homem sabe que é ignorante, e que pode mudar. Não muda. É ignorância. A ignorância é o freio da perfeição. Sem ela, o homem é o homem. Com ela, o homem é um dos homens. Um ignorante. Quanto mais ignorante, maior certeza o homem tem sobre as suas convicções; ele pouco reflete, não sofre com a angustia da duvida, não indaga sobre a origem das suas idéias e não sabe que praticamente tudo em que acredita provém de algum líder político, cientista, pensador ou religioso que já morreu. Um esclarecimento necessário: quando falo em “ignorância” não me refiro à falta de títulos e diplomas; estes não garantem a ninguém a entrada no clube dos sábios. Refiro-me a uma mente fechada e autoritária, na qual não entram idéias novas nem a espaço para duvidas e questionamentos. Há homens simples, sem diplomas, que demonstram grande sabedoria de vida; e há homens cheios de títulos acadêmicos que trazem a ignorância entranhada na sua personalidade.