quinta-feira, 19 de agosto de 2010

MEIO AMBIENTE: O QUE É?

Sob a óptica do senso comum, pode-se perceber a superficialidade do que se entende acerca de meio ambiente. Para uma grande maioria, meio ambiente é um conjunto de elementos da natureza que envolve os seres vivos. Ao contrário do que se pensa meio ambiente deve ser entendido como o meio no qual o ser humano está inserido, com suas respectivas interações, harmônicas ou não. É algo que está presente desde o início dos tempos e que se estende até os nossos dias. Inicialmente, o homem interferia de forma não significativa em seu bioma; com o passar dos tempos, começou a perceber que podia alterar a paisagem ao seu redor. Um processo paulatino, que tomou forma quando o homem deixou a sede de poder e a ambição tomarem conta de si. O ser humano, em muitos momentos, não faz idéia do seu poder modificador, seja por ignorância, seja por descaso. As transformações que ele realiza na natureza e também em seu ambiente podem ser de proporções catastróficas. 



Tal descaso com o meio ambiente provavelmente teve início com o paradigma cartesiano, o qual afirmava que há uma separação entre corpo e mente. O homem era tratado como uma simples máquina de pensar, não tendo conexão alguma com seu corpo, considerado sede do erro e da dúvida. Sendo o homem apenas mente, nada que tivesse a ver com os sentidos importaria, inclusive o cuidado consigo mesmo e com o próximo. Daí o modelo dualista, desigual e predatório da atual sociedade; não existe mais sensibilidade nas relações humanas e não há respeito pelo próximo. Engana-se quem acredita que os problemas do meio ambiente se resumem às queimadas, ao desmatamento ou à poluição. É sabido que esses são problemas reais e que merecem toda atenção, mas limitar a crise ambiental pela qual passa o planeta a questões de âmbito bio-ecológico é pura ingenuidade. Lê-se na Carta da Terra que a violência, a corrupção, a desigualdade social e acima de tudo a miséria são grandes responsáveis pelo conflito natural na sociedade. No mesmo documento, fica claro que, apenas quando as necessidades básicas do ser humano forem atendidas é que pode-se estabelecer um equilíbrio entre natureza e sociedade. Como diz um famoso antropólogo, “é impossível falar de meio ambiente sem levar em conta a questão dos excluídos”. Percebe-se a necessidade de minimizar o impacto do capitalismo, pois o mesmo provoca uma alteração no equilíbrio vital do planeta, favorecendo a injustiça social e a pobreza com a destruição em nome do dinheiro. Todos os seres se constituem numa mesma comunidade de vida e o homem, como ser coletivo, deve somar forças com os demais e fazer sua parte na formação da conscientização ecológica da humanidade, a começar de si mesmo. Como solução para a crise ambiental, criou-se o conceito de Desenvolvimento Sustentável, que visa assegurar a gestão responsável dos recursos naturais do planeta. Isso significa poupar água, utilizar produtos biodegradáveis, realizar coleta seletiva do lixo e consumir o necessário, para evitar o desperdício e o acúmulo de lixo. Entretanto, só isso não é suficiente. Não basta que os cidadãos comuns se mobilizem contra a poluição de rio X, ou pratiquem a coleta seletiva do lixo ou mesmo que façam dezenas de campanhas que sejam veiculadas nos meios de comunicação. 


Sem a presença e a atuação dos governantes, nada pode ser efetivado. Leis precisam ser criadas, outras respeitadas e certas burocracias precisam ser deixadas de lado. A comunidade sozinha não pode fazer quase nada sem o apoio do governo. Fica claro até o momento que falar de meio ambiente envolve muito mais questões políticas e socioeconômicas do que se imagina. É preciso parar para refletir que tipo de mundo se está deixando para as futuras gerações. A ação que se realiza hoje em benefício próprio afetará de algum jeito outra pessoa em outro lugar que bem pode ser distante. Como diz a Teoria do Caos “Algo como o simples bater de asas de uma borboleta pode provocar um tufão do outro lado do mundo”. Um exemplo disto são as represas, que embora pareçam ter um objetivo politicamente correto, terminam por modificar a paisagem ao redor, alterar o curso de rios e interromper a desova de muitas espécies de peixes. Com isso, a subsistência de moradores da região fica prejudicada pela (in) consciência de certas empresas. Como se não bastasse, as mesmas empresas que poluem criam projetos de preservação ecológica como meios de compensar os estragos feitos. Tais corporações acabam por posar de ecologicamente responsáveis, quando na verdade tiram proveito da isenção de certos impostos que lhe são concedidos graças a sua suposta boa ação. A ilusão de que os recursos renováveis serão renováveis para sempre leva o homem a abusar da exploração dos mesmos, depredando e devastando áreas equivalentes a campos de futebol, dizimando espécies e provocando catástrofes naturais, como tsunamis, desabamentos e inundações. Pena que o homem ainda pense que é um ser exterior ao meio ambiente e que nada tem a ver com isso.

NOÇÕES BÁSICAS DE ECOLOGIA

O termo "ecologia" (do grego oikos, casa, e logos, ciência) foi originalmente empregado em 1866, pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel (1834-1919).
No final do século XIX e início do século XX foram publicados diversos trabalhos tratando das relações entre seres vivos e o ambiente.
Apenas a partir de 1930, porém, o estudo da Ecologia ganhou um espaço independente dentro da Biologia.
Hoje os danos ambientais causados pelo aumento da população humana, pela escassez de recursos naturais e pela poluição ambiental fazem com que a Ecologia seja um dos mais importantes ramos da ciência atual.
A Ecologia é muito abrangente, envolvendo diversos ramos do conhecimento. Além da Biologia, da Física e da Química, também as Ciências Econômicas e Sociais têm de ser integradas, para que se possa entender a incrível complexidade das relações existentes entre o homem, os seres vivos e o planeta.

Cerca de 1 milhão de anos após ter se formado, a Terra ainda era um globo rochoso e quente, com alguma água acumulada na superfície. Sua atmosfera era provavelmente constituída por metano, amônia, gás hidrogênio e vapor de água, entre outros compostos.
À medida que o planeta foi se esfriando, acumulou-se água nas depressões da crosta, e assim se originaram os primeiros lagos e mares da Terra. O intenso bombardeamento por radiações provenientes do Sol teria ocasionado alterações químicas e físicas nos componentes da atmosfera e da crosta terrestre, e, nesse cenário, a vida surgiu, há cerca de 3,5 milhões de anos.
Com o aparecimento dos seres vivos, uma nova entidade passou a fazer parte da constituição da Terra: além da litosfera (constituída pelas rochas e pelo solo), da hidrosfera (constituída pelas águas) e da atmosfera (constituída pelo ar), passou a existir a biosfera, representada pelos seres vivos e pelo ambiente em que vivem.
O conceito de biosfera: é o conjunto de regiões da Terra onde existe vida ou é o conjunto formado por todos os ecossistemas da Terra. Constitui a porção do planeta habitada por seres vivos.
O termo "biosfera" foi introduzido em 1875 pelo geólogo austríaco Eduard Suess (1831-1914), durante uma discussão sobre os vários envoltórios da Terra. Em 1926 e 1929, o mineralogista russo Vladimir Vernandsky (1863-1945) consagrou definitivamente o termo.
A espessura da biosfera é um tanto irregular, devido ao fato de haver locais onde a vida é escassa ou mesmo inexistente.
Por exemplo, em mares, lagos, florestas, pântanos e campos a vida é abundante e variada. Há, porém, áreas tão secas ou tão frias que dificultam, ou até impedem, o desenvolvimento da maioria dos seres vivos. É o caso das regiões quentes e desertas localizadas na faixa equatorial e das regiões geladas situadas junto aos pólos, onde poucas espécies conseguem viver.
A maioria dos seres terrestres vive em regiões situadas até 5 mil metros acima do nível do mar. Entretanto, no Monte Everest, foi encontrada uma aranha vivendo a quase 7 mil metros de altitude, e já se observou aves migradoras voando a 8,8 mil metros de altitude.
No mar, a maioria dos seres vivos habita a faixa que vai da superfície até 150 metros de profundidade, embora algumas espécies de animais e de bactérias vivam a mais de 9 mil metros de profundidade.
De acordo com essas considerações, a biosfera teria espessura máxima de aproximadamente 17 ou 18 Km, formando uma película finíssima quando comparada aos que 13.000 Km de diâmetro da Terra. Se o planeta fosse comparado a uma laranja, a biosfera não passaria de um fino papel de seda sobre sua superfície.
 

Saga da Amazônia (Vital Farias)

Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta
mata verde, céu azul, a mais imensa floresta
no fundo d'água as Iaras, caboclo lendas e mágoas
e os rios puxando as águas

Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores
os peixes singrando os rios, curumins cheios de amores
sorria o jurupari, uirapuru, seu porvir
era: fauna, flora, frutos e flores

Toda mata tem caipora para a mata vigiar
veio caipora de fora para a mata definhar
e trouxe dragão-de-ferro, prá comer muita madeira
e trouxe em estilo gigante, prá acabar com a capoeira

Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar
prá o dragão cortar madeira e toda mata derrubar:
se a floresta meu amigo, tivesse pé prá andar
eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá

O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar
e o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar?
depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar
igarapé, rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar

Mas o dragão continua a floresta devorar
e quem habita essa mata, prá onde vai se mudar???
corre índio, seringueiro, preguiça, tamanduá
tartaruga: pé ligeiro, corre-corre tribo dos Kamaiura

No lugar que havia mata, hoje há perseguição
grileiro mata posseiro só prá lhe roubar seu chão
castanheiro, seringueiro já viraram até peão
afora os que já morreram como ave-de-arribação
Zé de Nata tá de prova, naquele lugar tem cova
gente enterrada no chão:

Pos mataram índio que matou grileiro que matou posseiro
disse um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro
roubou seu lugar

Foi então que um violeiro chegando na região
ficou tão penalizado que escreveu essa canção
e talvez, desesperado com tanta devastação
pegou a primeira estrada, sem rumo, sem direção
com os olhos cheios de água, sumiu levando essa mágoa
dentro do seu coração

Aqui termina essa história para gente de valor
prá gente que tem memória, muita crença, muito amor
prá defender o que ainda resta, sem rodeio, sem aresta
era uma vez uma floresta na Linha do Equador...


Escute a musica copiando o link abaixo

CAATINGA

A caatinga é uma formação vegetal que podemos encontrar na região do semi-árido nordestino. Está presente também nas regiões extremo norte de Minas Gerais e sul dos estados do Maranhão e Piauí.

é o único bioma exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. A caatinga ocupa uma área de cerca de 734.478 km², cerca de 11% do território nacional englobando de forma contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do Norte de Minas Gerais (Sudeste do Brasil).

Apresenta vegetação típica de regiões semi-áridas com perda de folhagem pela vegetação durante a estação seca. Anteriormente acreditava-se que a caatinga seria o resultado da degradação de formações vegetais mais exuberantes, como a Mata Atlântica ou a Floresta Amazônica. Essa crença sempre levou à falsa idéia de que o bioma seria homogêneo, com biota pobre em espécies e em endemismos, estando pouco alterada ou ameaçada, desde o início da colonização do Brasil, tratamento este que tem permitido a degradação do meio ambiente e a extinção em âmbito local de várias espécies, principalmente de grandes mamíferos, cujo registro em muitos casos restringe-se atualmente à associação com a denominação das localidades onde existiram. Entretanto, estudos e compilações de dados mais recentes apontam a caatinga como rica em biodiversidade e endemismos, e bastante heterogênea. Muitas áreas que eram consideradas como primárias são, na verdade, o produto de interação entre o homem nordestino e o seu ambiente, fruto de uma exploração que se estende desde o século XVI.

A vegetação da caatinga é adaptada às condições de aridez (xerófila). Quanto à flora, foram registradas até o momento cerca de 1000 espécies, estimando-se que haja um total de 2000 a 3000 plantas. Com relação à fauna, esta é depauperada, com baixas densidades de indivíduos e poucas espécies endêmicas. Apesar da pequena densidade e do pouco endemismo, já foram identificadas 17 espécies de anfíbios, 44 de répteis, 695 de aves e 120 de mamíferos, num total de 876 espécies animais, pouco se conhecendo em relação aos invertebrados. Descrições de novas espécies vêm sendo registradas, indicando um conhecimento botânico e zoológico bastante precário deste ecossistema, que segundo os pesquisadores é considerado o menos conhecido e estudado dos ecossistemas brasileiros.


Além da importância biológica, a caatinga apresenta um potencial econômico ainda pouco valorizado. Em termos forrageiros, apresenta espécies como o pau-ferro, a catingueira verdadeira, a catingueira rasteira, a canafístula, o mororó e o juazeiro que poderiam ser utilizadas como opção alimentar para caprinos, ovinos, bovinos e muares. Entre as de potencialidade frutífera, destacam-se o umbú, o araticum, o jatobá, o murici e o licuri e, entre as espécies medicinais, encontram-se a aroeira, a braúna, o quatro-patacas, o pinhão, o velame, o marmeleiro, o angico, o sabiá, o jericó, entre outras.